segunda-feira, 27 de junho de 2011

Riscos







Riscos

Rir é correr o risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor seus sentimentos é correr o risco
de mostrar seu verdadeiro eu.

Defender seus sonhos e idéias diante da multidão
é correr o risco de perder as pessoas

Amar é correr o risco de não ser correspondido.

Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos,
porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco,
não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões,
mas elas não conseguem nada,
não sentem nada, não mudam, não crescem,
não amam, não vivem .

Acorrentadas por suas atitudes,
elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente quem corre riscos é livre!

(Sêneca, orador romano, 103 a.C. – 43 a.C.)

domingo, 19 de junho de 2011

Almas perfumadas





Almas perfumadas

"Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
De sol quando acorda.
De flor quando ri.
Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede
que dança gostoso numa tarde grande,
sem relógio e sem agenda.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.
Lambuzando o queixo de sorvete.
Melando os dedos com algodão doce
da cor mais doce que tem pra escolher.
O tempo é outro.
E a vida fica com a cara que ela tem de verdade,
mas que a gente desaprende de ver."



Ana Cláudia Saldanha

terça-feira, 14 de junho de 2011

Da vida nem quero tanto...






Da vida nem quero tanto...

Da vida nem quero tanto
Pelas manhãs o seu abraço
Nas tardes douradas seu colo
E nas noites uma casa no campo

Não quero castelos de areia
Quero construções em rochas
Singelas, porém harmoniosas
Com mais flores e menos pranto.

Quero um sorriso largo e intenso
Viver um dia de cada vez
Com sinceridade e doçura
Com mais graça e menos lei

Da vida nem quero tanto
Quero amigos junto à mesa
Compartilhar sem hipocrisia
Olhar nos olhos e exalar alegria.

Não quero tanto da vida...

Arnalda Rabelo

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sutilmente





Creio nos Anjos que Andam pelo Mundo

Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.

Natália Correia

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Herbarium








*HERBARIUM*

Numa alegria desatinada
fui colhendo as folhas,
mordi goiabas verdes,
atirei pedras nas árvores,
espantando os passarinhos
que cochichavam seus sonhos,
me machucando de contente
entre a galharia.
Corri até o córrego.
Alcancei uma borboleta
e prendendo-a pelas pontas das asas
deixei-a na corola de uma flor.
Te solto no meio do mel, gritei-lhe.

O que vou receber em troca?

Lygia Fagundes Telles

domingo, 5 de junho de 2011

Delicadeza








Delicadeza

A alma é invisível,
um anjo é invisível,
o vento é invisível,
o pensamento é invisível,
e no entanto,
com delicadeza...
se pode enxergar a alma,
se pode advinhar o anjo,
se pode sentir o vento,
se pode mudar o mundo,
com alguns pensamentos...

Roseana Murray